sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Súplica ao vento


Vento amargo de tristezas
mede a força e grandeza
do pesar do meu sofrer

Leva embora a dor imensa
tão forte tão intensa
que se causa sem saber

Maldade, uma fita métrica
da felicidade poética
que se apalpa sem se ter

Cura a ferida dessa dor
prenche eu e os outros de amor
e assopra de mim, meu viver

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O choro de um corvo


"Grita" o corvo à beira da colina
pelas almas que ali já foram,
serão essas almas que formam
aquela escura e maldita neblina?

Retorceu-se, debateu-se e cansou
asa de estorvo que apavora
sempre, no ontem e agora
que na dor da sua morte apagou

chorou, soluçou, sentiu e sorriu
a dor de todos ali sentiu
como numa verdadeira chacina

sangrou e com todo esse sangue
a colina de uma vez se partiu
e morreu a inútil rapina.